Boletim Socioeconômico da ACIST-SL revela dados sobre a segurança pública e a saúde de São Leopoldo

14/08/2025

A Câmara de Vereadores de São Leopoldo realizou, nesta quarta-feira (13), uma audiência pública para apresentar dados relacionados à saúde e segurança pública, referentes a 2024, extraídos do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL (Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo). O encontro foi proposto pelo líder do governo, Daniel Daudt (PL) e contou com a participação de representantes das áreas avaliadas.

O levantamento foi criado em 2018 e anualmente é apresentado na ACIST, sendo desenvolvido com o apoio do Núcleo de Excelência, Competitividade e Economia Internacional (CEI) da Unisinos. “Decidimos realizar uma audiência pública para tornar essas informações mais acessíveis. Faremos dois encontros por ano e, no próximo, traremos dados relacionados a economia e a educação”, informou Daudt. O vereador também destacou a importância dos números para a gestão pública e os prestadores de serviço dessas áreas. “O bom uso desses indicadores pode auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas mais efetivas”, completou.

O presidente da ACIST, Daniel Klafke, informou como o boletim pode contribuir no combate às falsas informações. “Esses dados possuem base científica, tendo relevância não apenas para a tomada de decisões, mas também para a comunicação. A área de segurança pública, por exemplo, está melhorando e isso é revelado por dados. Precisamos levar essas informações à comunidade”, declarou. Ele também agradeceu a Câmara pela receptividade e defendeu o fortalecimento do ambiente de negócios. “Uma cidade próspera nasce de um ambiente não hostil ao empreendedorismo. Eventos como este mostram respeito à livre iniciativa e à propriedade privada, e essa prosperidade gerada pelas empresas deve transbordar para áreas como saúde, segurança e educação,” afirmou.

O coordenador do Grupo de Pesquisa da Unisinos, Marcos Tadeu Lélis, foi quem apresentou os indicadores. Em alguns casos, devido a uma atualização recente da associação, foi possível comparar os números dos primeiros semestres de 2024 e 2025.

Homicídios e roubos estão entre as maiores quedas de índices em São Leopoldo

Este ano, entre os meses de janeiro a maio, foram registrados três homicídios no município, uma redução de 76,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda foi a maior entre as cidades em que São Leopoldo é comparada na pesquisa: Novo Hamburgo, Canoas e Gravataí.

A taxa de roubos também foi menor. Em um levantamento para cada 10 mil habitantes, o registro foi 12,6% em 2024 e 9,3% em 2025.

Em relação aos índices de violência contra a mulher, apesar do município apresentar alguns dados menores em relação a outras cidades no ano de 2024, no comparativo entre semestres, houve um aumento em 2025.

O pesquisador também apresentou um índice conjunto de violência, excluindo crimes como estelionato e furto, para analisar a tendência geral: “Desde 2015, São Leopoldo foi o município que mais reduziu os indicadores de violência entre os analisados.” Quando os furtos são incluídos no cálculo, houve picos pontuais controlados rapidamente. Lélis mostrou ainda o mapeamento da criminalidade: “Quase 30% dos furtos ocorrem no centro da cidade, 9% na Scharlau, 7% em Santos Dumont, 5% no Rio dos Sinos e 4% na Feitoria. Além disso, um terço dos furtos acontece entre meio-dia e seis da tarde.”

O presidente do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), Rogério Daniel, destacou que a virada de chave na segurança do município ocorreu em 2019, com a implementação do programa RS Seguro, baseado nos pilares de integração, inteligência e investimento.

“Com a mudança nas chefias de segurança, passamos a ter uma integração real entre os órgãos. A instalação da Delegacia da Mulher e da DRACO trouxe avanços na investigação e combate ao crime organizado. Além disso, o empresariado local aderiu ao programa PISEG, direcionando recursos do ICMS para projetos de segurança. Hoje São Leopoldo é case de sucesso, com 35 viaturas semi-blindadas, lanchas, drones e outros equipamentos, ocupando o 8º lugar entre as cidades mais seguras do Estado”, afirmou.

A delegada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), Michele Arigony, reforçou a importância de olhar com atenção para os crimes cometidos contra mulheres, que muitas vezes não chegam ao conhecimento da polícia.

“O feminicídio é o dado mais real que temos, pois os outros crimes dependem da denúncia da vítima. No ano passado, quatro mulheres foram assassinadas, todas dentro de casa. Nosso desafio é empoderar as mulheres, levar informação e conscientizar de que o estupro também pode ocorrer no casamento. Precisamos trabalhar na prevenção e na repressão”, declarou.

O secretário municipal de Segurança Pública, Cel. Alexandre da Rosa, destacou que dados confiáveis são essenciais para orientar as ações. “Infelizmente, há um hábito cultural de relatar crimes apenas em grupos de WhatsApp, sem registrar ocorrência. Isso gera a cifra negra da criminalidade, que não aparece nas estatísticas, mas existe. Nosso apelo é para que a população registre todos os crimes, mesmo pequenos furtos”, disse.

As informações são importantes para orientar as ações da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (Sepom), que está trabalhando na conscientização e enfrentamento desses indicativos. Entre as medidas realizadas no município, estão: Ronda Lilás, realizada pela Guarda Municipal; Patrulha Maria da Penha, realizada pela Brigada Militar; atendimentos no Centro Jacobina; e, em alguns casos, ações com o Conselho Tutelar.

Dados da Saúde

As pesquisas em saúde mental revelaram que São Leopoldo apresentou o menor índice de suicídios dentro dos municípios analisados em 2024. Porém, os dados de internações aumentaram 12,9% na cidade entre o primeiro semestre de 2024 e o deste ano.

O boletim também apontou São Leopoldo como o município, entre os três em que é comparado, que mais realizou internações de não residentes no primeiro semestre de 2025. Dos pacientes internados no Hospital Centenário, 26,6% eram de outras cidades.

Em relação aos leitos SUS, é a cidade que possui maior proporção. Dos 288 leitos de internação e complementares, 257 são SUS.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, André Rotta, destacou a importância das informações apresentadas para o desenvolvimento de ações na área. “Esses dados são fundamentais para nós, conselheiros de saúde, porque ajudam na definição de políticas públicas que podemos implementar e propor para melhorar a saúde da população de São Leopoldo”, declarou.

A versão completa do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL está disponível no site da associação de forma gratuita, acesse: https://acistsl.com.br/boletim-socieconomico#:~:text=O%20Boletim%20Socioecon%C3%B4mico%20Trimestral%20da,e%20social%20de%20S%C3%A3o%20Leopoldo.

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